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Universidade Católica Portuguesa
Rua Diogo Botelho, n.º 1327
4169-005 Porto
No local é possível visitar as exposições – respeitando as lotações, regras de distanciamento e uso de máscara.
23 SET 2020, 19h00 - 23h00 | EA PISO -1 / PISO 0
Inauguração das Exposições
Exposições Abertas
24 SET 2020, 15h00 - 23h00 | EA PISO -1 / PISO 0
Exposições Abertas
25 SET 2020, 15h00 - 23h00 | EA PISO -1 / PISO 0
Exposições Abertas
Pedro Ventura e Edgar Cabral | 1+1=1 A vida de Alcino Ventura | EA 018
Alcino Ventura, introvertido, calado, oportuno e talvez incompreendido é uma personagem fictícia criada através de material de arquivo. Nascido em 1943, no seio de uma família conservadora de classe média, numa era repleta de regimes autoritários e movimentos revolucionários, Alcino viveu uma infância privilegiada, com direito a educação. Jovem incomum, astuto, tinha porém uma certa tendência para a introversão. Apaixonado por livros, usava-os para se deslocar no mundo, sempre a sonhar. A adolescência trouxe-lhe Maria Emília, sua melhor amiga e confidente, cuja mão pediu mais tarde em casamento. O seu relacionamento com Maria deu à luz uma menina de nome Licínia. Alcino pouco viu a filha até ao momento em que é destacado para o exército e, mais tarde, para a guerra colonial em Angola. Obrigado a lutar numa guerra que não apoiava, Alcino fugiu do campo de batalha, especializando-se em comunicações. Dois anos depois, em 1968, regressa a casa para junto da sua família. A guerra deixou uma marca na sua perceção do mundo. Durante os 6 anos seguintes, Alcino vive uma vida aparentemente típica. Reprimido pelo regime de Salazar, Alcino foca-se na sua família e no seu trabalho, mas sempre com a esperança de mudança. No dia 25 de Abril de 1974, liderada pelo Movimento das Forças Armadas dá-se a Revolução dos Cravos, momento histórico que Alcino tanto ansiava. No entanto, neste mesmo dia, Alcino desaparece, sem qualquer tipo de aviso prévio. Abandona a mulher, a filha, os amigos, o trabalho. Nunca ninguém do seu passado voltou a rever Alcino. Ninguém lhe pode escrever, pois o seu paradeiro não é conhecido. Apenas Maria e Licínia receberam ocasionais noticias através de postais que Alcino enviava dos países onde se estabeleceu. Teve uma amante e uma filha ilegítima, de cuja existência nunca foi informado. Josephine foi o nome da amante e Theresa, o nome da filha. No entanto, Alcino não se manteve sempre em Inglaterra. Ao longo da sua vida foi fotografado em momentos históricos, como a queda do muro de Berlim, a eleição de Nelson Mandela ou o funeral da Princesa Diana. A sua vida é até aos dias de hoje uma incógnita. Quem foi este Homem? Um malfeitor que fugiu de todas as ligações emocionais que criou? Um ativista que lutou pelos seus sonhos em prol das suas obrigações? Quem é Alcino Ventura?
Francisco Morgan | Sem Titulo | EA -113
Arte e Ciência são dois universos distintos mas inseparáveis. Ambos pressupõem processos de cariz experimental ou de uma metodologia rigorosa, resultam de estudo e investigação, de constante questionamento e reflexão. Resultam da resolução de problemas, são provocatórios e causam inovação De todas as formas de Ciência, é a Microbiologia. A Microbiologia concentra-se no estudo de todos os organismos vivos que são demasiado pequenos para serem visíveis a olho nu. Da mesma forma que um cientista espreita pela ocular de um microscópio, observando seres impossíveis de ver, o artista, particularmente na música, encontra a sua matéria prima em lugares inesperados, descobre a sua inspiração minuciosamente. E de todas as técnicas ou modos de produzir música, não há melhor exemplo deste nível de atenção ao invisível do que no Sampling - não um ato de reciclagem, mas sim a arte de dar uma nova vida a obras já definidas; dar um novo valor a algo que já é valioso, ou dar relevância a discos e músicas esquecidas, assombradas; descontextualizar, rejuvenescer, reinventar. O Sampling e a Microbiologia procuram porções de um todo. Ambas as estudam. E nelas se abre a possibilidade de criar algo completamente novo, tudo a partir de uma amostra (sample). Sendo o mundo dos microorganismos vasto, tomei também a decisão de especificar a família em que vou focar o meu projeto: os Vírus. E, sendo também o mundo dos Vírus grande e complexo, o meu objeto de trabalho será um em particular - o vírus do Ébola. A missão desta obra será compreender as diferentes fases da formação deste vírus, o seu comportamento e ação em organismos humanos, a sua forma e estrutura (modos de representação), os sintomas, a relação sociocultural em que o vírus surge, e sonorizar toda a génese deste fenómeno, sempre utilizando a técnica do sampling, tentando seguir a lógica de música produzida por fragmentos, quebrada mas que resulta em coesão - recorrendo também a microsampling ou síntese granular. Tal como a estética da composição, a forma como desejo expor o trabalho é fria, sem qualquer adereço. Mas, ao contrário da mesma, é simples e minimalista, um lugar onde o que importa é o que se ouve e é transmitido, e não o que se vê. Não há performance, não há espetáculo, não há ninguém a observar. Assim, a composição será exposta em formato de instalação/listening-room. Como um Vírus, a obra vai contaminar o espaço e infetar um público “desprotegido” - uma sala pequena, branca e vazia (com um tom hospitalar, superfícies polidas que refletem a luz fria, esterilizada, ao mesmo tempo intimidante e claustrofóbica), equipada apenas com duas colunas ligadas a um dispositivo de reprodução. A composição é reproduzida em loop durante toda a duração da exposição. Apresento algumas imagens que fazem uma simulação 3D do espaço idealizado.
André Castanho | Todos os Sítios | EA -115
Na definição científica do termo sítio encontra-se uma referência à sua origem etimológica, situs, isto é, posição, mas também um significado que invoca uma condição e um resultado, nomeadamente do ato de sitiar. A natureza geográfica funde-se assim com mas qualidade para definir um tipo de espaço que existe por demais na paisagem contemporânea. Numa paisagem que é sempre uma construção cultural os sítios representam a realidade física e mental de uma sociedade esquizofrénica: eles são o não-planeado, o não-histórico, o marginal, o sobrante, o espontâneo, o efémero, o vilanesco. O falso espelho dos nossos sonhos rejeitados, nas palavras de Robert Smithson. Partindo do fragmento fotográfico, Todos os Sítios pretende construir uma relação de proximidade com uma paisagem que nos habituámos a ver à distância e com um todo que existe apenas enquanto metáfora. É um exercício de reflexão sobre o ambiente construído da contemporaneidade que usa a fotografia como instrumento para ver melhor, testando os limites entre os atos de observar e representar o real.
Matilde Pinho Alexandre e Rui Morgado | Indefinição | EA -116
Indefinição é uma exploração sensorial sobre saúde mental que utiliza a natureza como meio de expressão.
Rui Henriques | tempo | EA -119
Uma composição sonora que decompõe a evolução humana desde a Idade da Pedra até aos dias de hoje, marcada por momentos-chave desta evolução e estabelecendo o confronto entre as sonoridades das atividades humanas e do mundo que as rodeiam. O processo de composição foi todo realizado em pro tools, com recurso a gravações pessoais e a bibliotecas sonoras.
Mariana Rema | Spectrum | EA -120
Spectrum consiste num interface sonoro de interação através de ações do corpo. Este foi pensado para ser interagido pelos mais novos, de forma a que capte a atenção e aumente o interesse pela música nas idades mais tenras e adequadas para se iniciar qualquer instrumento ou voz.
Ana Rita Saraiva e Diogo Pereira de Sousa | MIRAI #167 - THE STORY | EA -124
MIRAI #167 - THE STORY” é um jogo desenvolvido especialmente para as plataformas mobile (Android e iOS), onde o jogador controla o destino de duas personagens ao mesmo tempo, quer no tempo como no espaço. Em 2100, o Mirai #167, pertencente a uma nova raça que mistura componentes robóticos com corpos de humanos, descobre que está a controlar um ser humano na Terra, Jonas, 90 anos antes. Decide então, na esperança de mudar todo o sistema, ir ao encontro de Jonas num espaço e numa data comum a ambos (em 2055). O seu percurso não será tão fácil quanto pensavam quando ambos descobrem que estão a lutar contra forças maiores que eles próprios.
Rita Ornellas | Dissected Beauty | EA -122
O corpo foi sempre motivo de representação na arte. Do líbito documental ao líbito poético, a impressão do corpo é, sempre foi e sempre será motivo na fotografia. Fausto da cultura e de registo da atividade humana, o corpo é detentor de uma virtualidade visual que a fotografia almeja documentar e transformar em arte. As fotografias deste projeto elevam-se como meio de paginar e testemunhar os processos de metamorfose artificial e temporária a que as mulheres se submetem e onde a duração limitada do processo dita a sobrevivência e tangibilidade do mesmo.
Propõs-se assim desconstruir e dissecar a temática da beleza e o que esta acarreta, recorrendo aos salões de beleza perto da zona geográfica da autora. Uma manicure, uma pedicure, uma coloração ou depilação desprenderam-se do rótulo de frivolidade e viram-se agigantadas enquanto metamorfoses e transmutações num ideal. Tudo isto dentro de um mero salão de beleza, frequentado por mulheres com quem nos cruzamos todos os dias.
Vanessa Alonso | Lost and Found | EA -122
Vivemos no tempo dos objetos. Numa sociedade consumista fabricamos, usamos e posteriormente descartamos tudo aquilo que perde a sua funcionalidade, aumentando assim a produção de resíduos. Adquirimos novos objetos e acumulamos outros, tornamo-nos maximalistas no consumo, vivendo numa selva em que o novo homem selvagem condensa as suas poses numa vegetação de vestígios. Estes objetos encontrados nestas selvas não fazem parte da sua flora ou fauna. No entanto, constituem o seu próprio habitat, são objetos mutáveis, podem ganhar diferentes utilidades e significados, podem ser modificados subjetivamente e objetivamente, ganham ou perdem valor dependendo do seu contexto de utilidade, possuem sinais de desgaste e cicatrizes dos lugares onde foram encontrados e que fazem parte das suas marcas de memória inalteráveis. O projecto está dividido em dois mundos mostrados ao espectador, o habitat onde o objeto se perdeu e posteriormente foi encontrado e o estúdio, onde foi fotografado como uma peça de produto final.
Martina Gelpi Alves | Entre (2008-2020) | EA -123
O projeto Entre apresenta um caráter colaborativo entre mulheres brasileiras, residentes em quartos alugados no Porto, que se situam como protagonistas através das imagens: rostos, espaços e objetos. A série acabou por ganhar força própria, onde a perspetiva não era já só a da artista, mas coletiva. A convergência de olhos, entre fotógrafa e artista, e artista e modelos, permitiu um acesso humanizado aos ambientes – os quartos dessas mulheres. Procurou-se assim uma reflexão sobre a descolonização da fotografia ou das fronteiras que separam os protagonistas de uma imagem: a mulher fotógrafa e as mulheres fotografadas, compreendendo a empatia como um condutor de ensaios fotográficos.
Marta Pinto Machado | Body/Power | EA -123
O legado platónico, juntamente com a separação de mente e corpo proposta por Descartes durante o século XVII, forneceu uma série de suposições não examinadas, transversal a todas as ciências sociais, i.e., o modelo ocidental de "pessoa" que fornece uma construção da mente como um local imaterial de racionalização, pensamento, linguagem e conhecimento, em oposição à expressão física de irracionalidade, sentimento e emoção. Depois de Darwin, tal fisicalidade tornou-se interpretada como "natural" em vez de "cultural", a sobrevivência do nosso animal do passado. Na tradição cristã ocidental, o corpo como carnal é visto como o lugar do desejo pecaminoso, apetites corruptos, paixões irracionais, muitas vezes sujeito a práticas disciplinares com o objetivo de transcender-se a si mesmo. Independentemente desse legado, não é surpreendente encontrar expressões de curiosidade e repulsa por práticas físicas “estranhas”, pela gesticulação excessiva, ou pelos rituais exóticos e danças “selvagens” frequentes nos encontros entre exploradores do século XIX e nativos. Tais factos forneceram razão para chamar as populações não-ocidentais de primitivas e permitiram fundamentar (entre outros motivos) uma ideia do Outro e o seu estereótipo. Em geral, quanto maior a diferença na variação do que se considerava "aceitável" pela norma ocidental, mais primitiva se julgava uma sociedade. Durante os séculos de escravidão, o corpo africano foi a encarnação da nossa cultura juntamente com a música igualmente orgânica. Os ventres não eram nossos, a maternidade foi-nos retirada, assim como o cordão umbilical com a nossa origem foi decepado.Nós, os Outros, não vamos ser vistos como um mero espaço marginal, de perdas e privações, mas um lugar de possibilidades, um sujeito auto-referente.
Thiago Lemos | Vida e Memória | ÁTRIO EA PISO -1
O projeto Vida e Memória foi realizado na localidade de Sistelo, no concelho de Arcos de Valdevez, e tem como ponto de partida a criação de uma relação de confiança e cumplicidade entre o fotógrafo e a comunidade do espaço fotografado, procurando alcançar uma real intimidade com a população. A população da aldeia é maioritariamente composta por pessoas de idade avançada e os seus costumes estão carregados de história e de memórias. O conteúdo fotografado foi registado ao ritmo das descobertas do autor, procurando criar fotografias de ferramentas rurais e de aspetos peculiares encontrados na aldeia.
Bernardo Branco | (MI) Memória Interactiva | SALA MOCAP
Uma instalação interactiva que explora a relação entre o homem e a memória digital através da forma e movimento do próprio ser humano.
Rafael Carvalho | EA -112