Excertos demonstrativos da paleta e das pinceladas de Aurélia de Sousa
Aurélia de Sousa é a protagonista do projeto da investigadora Maria Aguiar, do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), da Escola das Artes, que tem como objetivo aprofundar questões materiais e técnicas relacionadas com a utilização de lacas, vernizes intermédios e problemas de conservação associados.
Chama-se “Contributos materiais e técnicos sobre a Primeira Pintora Portuguesa: Aurélia de Sousa” e viu a sua candidatura ser aceite pelo European Research Infrastructure for Heritage Science. A aprovação do projeto vai permitir o acesso ao laboratório associado HERCULES (Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda), da Universidade de Évora, para aprofundar o estudo e a investigação.
O projeto foi proposto em parceria com a Divisão Municipal de Museus da Câmara Municipal do Porto, que detém um importante acervo desta pintora e que será alvo do estudo, em conjunto com outras obras de colecionadores privados.
Maria Aguiar, investigadora do CITAR e coordenadora do projeto, explica que este surgiu “no âmbito do centenário da morte da pintora Aurélia de Sousa (1866-1922)” e, também, no seguimento do seu trabalho de doutoramento sobre o “Os Materiais e a Técnica de Pintura a óleo na obra de Aurélia de Sousa e a sua relação com a conservação”.
Aurélia de Sousa nasce em Valparaíso, no Chile, a 13 de junho de 1866, mas será em Portugal que se vem afirmar, país de onde era oriunda a sua família, nomeadamente do Porto. Foi nesta cidade que frequentou a Academia de Belas Artes ao lado da sua irmã, Sofia de Souza, que também se tornaria pintora. Aos 55 anos, a pintora morre a 26 de maio de 1922.
Um catálogo raisonné sobre Aurélia de Sousa
Uma das iniciativas promovidas no âmbito do centenário da morte da pintora prende-se com a preparação do catálogo raisonné de Aurélia de Sousa, sob a coordenação de Raquel Henriques da Silva, docente e investigadora do Instituto de História da Arte, da Universidade Nova de Lisboa. A Católica é parceira do catálogo, através do projeto da investigadora do CITAR, juntamente com outros parceiros como o Museu Nacional Soares dos Reis, a Universidade do Porto, a Câmara Municipal do Porto e a Câmara Municipal de Matosinhos.
Este catálogo, que tem o lançamento previsto em formato e-book para o fim do ano de 2022, contará com uma secção sobre a materialidade e a técnica da artista, baseada no estudo prévio do doutoramento de Maria Aguiar e no projeto de investigação em curso.
Para além da publicação deste catálogo, esperam-se outras publicações e apresentações em congressos, por forma a divulgar os resultados do projeto da Escola das Artes.