Vista da exposição Poetry as an echological survival
Fotografia de Carlos Lobo © Escola das Artes – UCP
A exposição Poetry as an echological survival de Nuno da Luz, apresentada em estreia na Escola das Artes em março, tem a sua segunda iteração na Galeria Vera Cortês, em Lisboa. A inauguração decorreu no dia 21 de junho às 21h33.
Nuno da Luz foi artista residente da Escola das Artes durante o final de 2018, no âmbito do programa InResidence, promovido pela Câmara Municipal do Porto. O projeto pensava a envolvente da Escola, a Foz do Douro, numa instalação imersiva de som e luz. O artista trabalhou a partir de dados estimados de maré e agitação marítima gentilmente cedidos pelo Instituto Hidrográfico Marinha Portuguesa. Os dados modelaram a variação da iluminação da sala, assim como a sonoficação de objetos. Por outro lado, Nuno da Luz fez também captações de campo.
Replicando a metodologia aplicada no Porto, a adaptação da exposição de Lisboa assumiu o entorno da galeria. as marés estimadas para o Porto de Lisboa iluminam o espaço; a agitação marítima sentida ao largo da Nazaré é amplificada através de gongos de vento, activados por altifalantes de contacto; e a cartografia do ruído do corredor de aproximação ao Aeroporto de Lisboa – com um trânsito actual de dois minutos entre descolagens e aterragens – ressoa pelas paredes da galeria, situada no bairro de Alvalade a poucos metros do Aeroporto.
Gravações efectuadas no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (antigo hospital Júlio de Matos), Parque da Bela Vista e Quinta das Conchas, zonas directamente sobrevoadas ou limítrofes ao corredor aéreo do Aeroporto de Lisboa, afectadas por níveis de pressão acústica de mais de 70dB, a cada 120 segundos.
A exposição está aberta até 29 de junho, e pode ser visitada de terça a sexta entre as 14 e as 19 h, e no sábado das 10 às 13 h, e das 14 às 19 h.