Art Under Political Order

15h00
Abertura com Daniel Ribas, Maria Coutinho e Nuno Crespo
SABETH BUCHMANN
O institucional enquanto crítica infraestrutural
No seu ensaio "Between not Everything and not Nothing: Cuts towards Infrastructual Critique" (2016), a teórica americana Marina Vidsmith defende uma expansão da ideia e prática da crítica institucional, de modo a superar a sua redução aos conceitos ocidentais de arte e de instituições . A noção de crítica infraestrutural exige nada menos que uma (re)consideração do sistema da arte e do meio expositivo, a partir da perspectiva de uma cadeia global de serviços, oferta e sistemas de transportes. Como se argumentará no decorrer da apresentação, a proposta de Vidsmith tem consequências de longo alcance na reavaliação da relação entre trabalho e contexto que é crucial para a crítica institucional, uma vez que o seu conceito de infraestrutura vê o tempo como um medium no qual a produção estética e a reprodução diária se sobrepõem: Deste modo, a reavaliação da distinção (pós)avantgarde entre a estética da autonomia e a estética funcional será, entre outras, a questão a ser discutida a partir do exemplo de alguns trabalhos artísticos.

15h45
LUIZ CAMILLO OSORIO
Os Parangolés, a política e o museu
Em 1965 uma performance de Hélio Oiticica com seus Parangolés e passistas da escola de samba da mangueira não pode acontecer no interior do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir desta cena inaugural, marcada pela interdição, iremos discutir alguns momentos na história desta conflituosa relação entre os parangolés e os museus.

16h30
PEDRO DUARTE DE ANDRADE
Deixa eu dançar: a política tropicalista
No final da década de 1960, as músicas do movimento do Tropicalismo no Brasil desviaram do engajamento das canções de protesto sem caírem na alienação do entretenimento. Sua dimensão crítica não estava na mensagem explícita, mas em alegorias indiretas; não só no conteúdo social, mas na forma estética. Residia nos arranjos, coros e letras ou na presença do corpo, da dança e de instrumentos, em consonância com experiências do artista Hélio Oiticica. Essa crítica conjugava-se à alegria e ao prazer. No debate contemporâneo, o exemplo tropicalista pode ensinar uma forma mais livre e potente de relacionar arte e política.

17h15 – 17h30
Pausa

17h30
FRANCISCO VIDAL
Kurt Cobain, Luuanda Rising ; Rui Pinto Luuanda Leaks
Apresentar-se-á uma reflexão sobre o papel do artista que usa o seu espaço e pensamento político e social, posicionando o vocalista dos Nirvana como o último artista pop pré-internet a ter uma atitude de intervenção política e social no seu trabalho - a frase here we are, now entertain us mostra bem essa atitude. Luuanda Rising é um projecto que procura heróis. Luuanda Leaks e Rui Pinto: com esta metade da reflexão, saímos dos anos 90 do século passado e pensamos no momento presente e no novo espaço digital. Este espaço permite novos tipos de matéria prima e diferentes nuances da imagem do herói, bem como a necessidade de uma nova relação a nível global com os conceitos de justiça social.

18h15
ALEXANDRA BALONA
A potencialidade descolonial da obra coreográfica de Marlene Monteiro Freitas
Distinguida em 2018 com o Leão de Prata da Bienal de Veneza, prémio para coreógrafa revelação da sua geração, Marlene Monteiro Freitas, natural da ilha do Sal, cresceu no Mindelo, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, estando atualmente sediada em Lisboa. Muito embora a sua obra evoque traços da singularidade cultural de Cabo verde, país insular que se fundou numa sociedade escravocrata, e na triangulação entre África, Europa e América, o hibridismo e a abertura desconcertante das suas propostas coreográficas suplantam políticas identitárias. Através de estratégias de condensação, desfiguração e deslocação, e das suas figuras compósitas e sobre-determinadas, as suas peças de dança incorporam a potencialidade de uma crítica descolonial, corrompendo alguns dos postulados e dicotomias da modernidade, com uma singularidade artística notável.

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