ELLEN LIMA
Ellen Lima é poeta, escritora e pesquisadora indígena de origem Wassu Cocal. É Mestra Artes e atualmente cursa doutoramento em Modernidades Comparadas: Literaturas, Artes e Culturas na Universidade do Minho. Publicou em 2021 "Ixé ygara voltando pra ’y’kûá", livro de poesias escrito em língua portuguesa e tupi antigo. Integra, entre revistas literárias e outras coletâneas, a obra “Volta pra tua terra", uma antologia de poetas antifascistas e antirracistas em Portugal. Sua prática relaciona poesia, crítica, ativismo, palestras e escritas ensaísticas.
É também curadora deste Ciclo de Conferências, Exposições e Perfomances 2023 da Escola das Artes, com o título "Pisando Suavemente Sobre a Terra".
ELENA LOPEZ RIERA
Elena Lopez Riera é uma das mais promissoras cineastas espanholas da atualidade. Começou por lecionar Literatura Comparada na Universidade de Genebra e na Universidade Carlos III, em Madrid, na sequência de um doutoramento em Comunicação Audiovisual. Em 2015, estreou-se com a curta metragem, “Pueblo”, com passagem no Directors’ Fortnight no Festival de Cannes. Seguiram-se “Las Vísceras (2016) e “Los Que Desean” (2018), tendo este último vencido vários prémios, entre os quais nos Festivais de Locarno e de Vila do Conde. Em 2017, foi selecionada para o Berlinale Talent Campus. Em 2019, teve a sua primeira exposição a solo, no Domium Art Center em Salamanca. Atualmente leciona na HEAD (Genève, Haute école d'art et de design.). Em 2022, estreou-se nas longas-metragens “El Agua”, obra que tem sido bastante aclamada pela crítica internacional.
JAIME LAURIANO - CANCELADO
Artista plástico que vive e trabalha em São Paulo. Com trabalhos marcados por um exercício de síntese entre o conteúdo de suas pesquisas e estratégias de formalização, Jaime Lauriano convoca a examinar as estruturas de poder contidas na produção da História. Em peças audiovisuais, objetos e textos críticos, Lauriano evidencia como as violentas relações mantidas entre instituições de poder e sujeitos moldam os processos de subjetivação da sociedade. A sua produção procura trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado numa proposta de revisão e reelaboração coletiva da História.
LUCA ARGEL
Luca Argel (Rio de Janeiro, 1988), é licenciado em música pela UNIRIO e mestre em literatura pela Universidade do Porto. É vocalista e compositor dos grupos “Samba Sem Fronteiras”, "Orquestra Bamba Social" e "Ruído Vário", este último em parceria com a cantora Ana Deus, sobre poemas musicados de Fernando Pessoa. Tem livros de poesia publicados no Brasil, em Espanha e em Portugal, um dos quais foi semifinalista do Prémio Oceanos 2017. Escreve rubricas de rádio e bandas sonoras para dança e cinema. Possui cinco álbuns lançados, os dois últimos "Samba de Guerrilha" e "Sabina" são resultados de uma pesquisa continuada sobre a história, política, e suas relações com a música popular.
MATÉRIA SIMPLES
Trabalho de inverno é uma peça sonora e performativa cujo centro são três instrumentos de pedra (Litofones), reconfiguração dos moinhos manuais arcaicos, que usam a força e o peso de duas pedras duras — uma estacionária (dormente) e outra que choca (movente). O som resultante do movimento das pedras é amplificado e simultaneamente modelado eletronicamente e difundido através de um sistema quadrifónico para a espacialização do som na sala. Quando tocados simultaneamente, os três litofones criam uma miríade de harmonias e ressonâncias, vítreas e arenosas, numa sucessão de longos ciclos sonoros e mecânicos.
Para além do trabalho sonoro, o projeto contempla uma dimensão visual e expositiva, em permanente construção, funcionando como uma cintura exterior para onde divergem os elementos (desenhos, fotografias, textos e diagramas) e toda a documentação criada em torno do projeto.
OSSO EXÓTICO
Projeto experimental de música, que utiliza uma variedade de instrumentos, principalmente acústicos (muitas vezes modificados) como gaita de vidro, cordas de piano, percussão, violino. Desde 1989, e com uma formação sempre em evolução, Osso Exótico cria ambientes drones, por vezes místicos e psicadélicos, que podem ser encontrados na sua extensa discografia.
PERMAFROST
Surgindo da interseção entre práticas materiais multi-disciplinares e contaminação cruzada de processos sónicos, Permafrost instância uma série de tácticas analíticas e invasivas, erroneamente fundadas em metodologia forense. Enquanto investigação/operação activa, deambula pelo espaço liminar entre vida e morte numa obsessão por cartografar zonas intersticiais onde orgânico e anorgânico co-conspiram. Recorrendo a sondas electro-mecânicas, será realizada uma série de autópsias sónicas em unidades de refrigeração — máquinas do tempo dedicadas à suspensão da putrefação. Assente numa instrumentalização de exumação enquanto modo de acesso, este programa de navegação sub-cartesiano sonda vetores de putrefação, sintoniza-se com frequências subjacentes da matéria, catalisa a colisão de detritos espectrais e conspira contra práticas materiais.
POLIDO
Polido é um músico e artista da Marinha Grande, actualmente a viver em Lisboa. A partir das propriedades materiais e tecnológicas do som - e da sua dimensão relacional e imaterial - o seu trabalho sonda questões de linguagem, arquivo, tradição e memória cultural, cruzando histórias de música e de política. Para além de performar música, o seu trabalho toma a forma de instalações visuais e sonoras, mixes e palestras.
TAKUMÃ KUIKURO
Cineasta, membro da aldeia indígena Kuikuro, atualmente vivendo na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Takumã é reconhecido nacional e internacionalmente pelos seus filmes, tendo sido premiado pelos festivais: Festival de Gramado, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Olhar de Cinema, Jornada Internacional de Cinema da Bahia, Festival de Filmes Documentário Etnográfico, Festival Presence Autochtone de Terres em Vue. Em 2017, recebeu o prêmio honorário “Bolsista da Queen Mary University London”. Foi, em 2019, o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, 2022, idealizador do 1 festival de Cinema e cultura indígena FeCCI 2022.
TRUDRUÁ DORRICO
Trudruá Dorrico pertence ao povo Macuxi. Doutora em Teoria da Literatura na PUCRS. Mestre em Estudos Literários e licenciada em Letras Português pela UNIR. É poeta, escritora, palestrante, pesquisadora de literatura indígena. Venceu em 1º lugar o concurso Tamoios/FNLIJ/UKA de Novos Escritores Indígenas em 2019. Administradora do perfil @leiamulheresindigenas no Instagram e do canal no YouTube Literatura Indígena Contemporânea. Curadora da I Mostra de Literatura Indígena no Museu do Índio (UFU). Autora da obra “Eu sou macuxi e outras histórias” (Caos e Letras, 2019). Curadora do FeCCi (2022).
UYRA SODOMA
Emerson é um artista visual indígena. Uyra Sodoma Formada em Biologia e mestre em Ecologia, parte também da arte educação em comunidades de beiras de rios. Reside em Manaus, território industrial no meio da Amazônia Central, onde se transforma para viver Uýra, uma manifestação em carne de bicho e planta que se move para exposição e cura de doenças sistêmicas coloniais. Através de elementos orgânicos, utilizando o corpo como suporte, encarna esta árvore que anda e atravessa suas falas em fotoperformance e performance. Se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e a partir da ótica da diversidade, dissidência, do funcionamento e adaptação, (re)conta histórias naturais, de encantaria e atravessamentos existentes na paisagem floresta-cidade.