Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões
16 FEV 2024 - 24 MAI 2024
Curadoria: Lilia Schwarcz e Nuno Crespo
O programa anual de conferências, concertos, exposições e performances regressa na primavera de 2024 à Escola das Artes. Todos anos, este programa é alinhado a partir de um tema emergente do nosso mundo contemporâneo. Se, em anos anteriores, a nossa atenção esteve concentrada em como é possível aprender a “Pisar suavemente sobre a terra” (Ailton Krenak), na relação entre “Arte / Pensamento / Som” ou na exploração da multiplicidade de cruzamentos e contaminações entre “Arte e Ciência”, em 2024 será a reflexão sobre as omissões e os silêncios que as histórias mantêm que ocupará o lugar de destaque.
O título é inspirado na música de MC Carol em que a cantora num gesto poético chama a atenção para a necessidade de alterar a narrativa histórica da construção do Brasil: “professora, me desculpe / mas eu vou falar / esse ano na escola / as coisas vão mudar / nada contra ti / não me leve a mal / quem descobriu o Brasil / não foi Cabral.”
Este ciclo não é sobre o Brasil, mas sobre a necessidade de pensar criticamente a história e as histórias, explorando o modo como um conjunto relevante de artistas contemporâneos tem contribuído para a alteração dos paradigmas de construção das narrativas que nos definem como seres humanos pertencentes a comunidades com diferentes expressões artísticas, culturais e espirituais. É justamente para pensar os silêncios e as omissões que persistem nos nossos discursos que juntamos diversos artistas, realizadores, ativistas ou intelectuais.
A ambição deste programa é construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial. Não se trata de rever ou reescrever a(s) história(s), mas pensar como se podem juntar a essa(s) história(s) outros sujeitos, outros corpos, outros objetos de modo a, progressivamente, construirmos um recorte mais amplo e diverso do mundo, dos seus habitantes e dos seus processos de transformação.
Assim, a partir de fevereiro 2024, a Escola das Artes propõe um programa co-curado pela intelectual e curadora brasileira Lilia Schwarcz e o diretor da EA Nuno Crespo; e em parceria com a Universidade de São Paulo e a Princeton University.
Entrada livre