Aulas Abertas 2022

PROGRAMA

17 FEV 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Luiz Camillo Osorio · Da virada antropológica nos anos 1970 à arte indígena contemporânea no Brasil

10 MAR 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Ulrich Baer · Photography as Witness: On some Distinctions between Documentary and Testimonial Images

17 MAR 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Manthia Diawara · In Conversation with Ulrich Baer

21 ABR 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Ângela Ferreira · O Estado das Coisas

28 ABR 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Rosangela Rennó · Do analógico ao digital, sem preconceitos, sem hierarquias, contra a ignorância estrutural

19 MAI 2022, 18h30 | AUDITÓRIO ILÍDIO PINHO
Jessica Sarah Rinland · Moving a Still Artifact

27 MAI 2022, 18h30 | FABLAB (EDIFÍCIO DE RESTAURO)
Marinho de Pina · Descolonizar a Descolonização


Luiz Camillo Osorio · Da virada antropológica nos anos 1970 à arte indígena contemporânea no Brasil

Diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio; membro do GT de estética do CNPQ, bolsista PQ CNPq (nível 2). Doutor em Filosofia, PUC-Rio (1998).Trabalha na área de Estética e Filosofia da Arte. Os seus principais focos de interesse na investigação são: As articulações entre arte, estética e política; Autonomia e engajamento; Teorias do gênio, desinteresse e sublime; História das vanguardas; A atualidade do juízo e a potência crítica da arte no mundo contemporâneo; curadoria, crítica e história da arte; As relações entre arte, museu e mercado.Paralelamente à pesquisa acadêmica atua como crítico e curador. Foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 2009 e 2015 e curador do Pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de 2015. Foi do conselho de curadoria do MAM-SP entre 2005 e 2009. Assinou coluna de crítica de arte nos Jornais O Globo (1998/2000 e 2003/2006) e Jornal do Brasil (2001) e na revista espanhola EXIT Express (2006/2007). Membro do grupo de Pesquisa cadastrado no CNPQ – Arte, Autonomia e Política – com os professores Pedro Duarte (Filosofia PUC-Rio) e Sergio Martins (História PUC-Rio).

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Ulrich Baer · Photography as Witness: On some Distinctions between Documentary and Testimonial Images

A obra de Ulrich Baer inclui livros sobre uma variedade de tópicos como poesia, fotografia, liberdade de expressão, 11 de setembro, testemunhos do Holocausto, bem como um romance distópico (We Are But a Moment, 2017) e uma coleção de histórias (Beggar's Chicken: Stories from Shanghai, 2012). Ele traduziu e editou vários volumes dos escritos de Rainer Maria Rilke, mais recentemente Rilke on Love (2020) e The Dark Interval: Letters on Loss, Grief, e Transformação (2018).

É professor na New York University (NYU), onde ensina literatura e fotografia, e diretor do Center for the Humanities da NYU. Recebeu as bolsas Getty, Humboldt e Guggenheim e recebeu duas vezes o prêmio de ensino da NYU. Uli frequentou a University of California, Berkeley, como caloiro, obteve seu bacharelado em Harvard College (onde sua concentração era Varsity Crew) e recebeu um M.Phil. e um PhD em Literatura Comparada pela Yale University.

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Manthia Diawara · In Conversation with Ulrich Baer

Natural do Mali, Manthia Diawara estudou em França e nos Estados Unidos. É professor de estudos africanos e literatura comparada na New York University (NYU). Lecionou na University of California em Santa Bárbara e na University of Pennsylvania.

É autor de We Won't Budge: An African Exile in the World (Basic Civitas Books, 2003), Black-American Cinema: Aesthetics and Spectatorship (ed. Routledge, 1993), African Cinema: Politics and Culture (Indiana University Press, 1992), e In Search of Africa (Harvard University Press, 1998).

Manthia Diawara publicou amplamente sobre o tema do cinema e da literatura da Diáspora Negra. Também colaborou com Ngûgî wa Thiong’o na realização do documentário Sembene Ousmane: The Making of the African Cinema, e dirigiu o documentário Rouch in Reverse, produzido na Alemanha.

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Ângela Ferreira · O Estado das Coisas

A apresentação incidirá sobre a componente da prática da artista que se ocupa com o desenredar da relação entre o Ocidente e África, focando o impacto contínuo do colonialismo, do pós-colonialismo e do projeto de-colonial na sociedade contemporânea. Apresenta-se uma prática artística investigativa cujas ideias se destilam e se transformam em instalações concisas e ressonantes. Projetos como Sites and Services (1991), Hotel da Praia Grande (O Estado das Coisas) (2003), Zip Zap Circus School (2002-2), Maison Tropicale (2007), For Mozambique (2008), Entrer dans la Mine (2013), Pau a Pique (2016) ou A Spontaneous Tour of some Monuments of African Architecture (2021) servirão como protótipos para pensar diferentes pontos de partida como a arquitetura, o filme ou a musica. Mostrando como estes se prestam a fazer uma reflexão sobre as utopias politicas das revoluções africanas e sobre a ideia de uma consciência política profunda.

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Rosangela Rennó · Do analógico ao digital, sem preconceitos, sem hierarquias, contra a ignorância estrutural

Partindo da apropriação e releitura de arquivos fotográficos, públicos e particulares, ou reinventando modos de arquivamento de imagens, Rosângela Rennó vem discutindo há mais de 30 anos o estatuto da fotografia e sua transformação, do modelo analógico ao digital. Na aula aberta do dia 28 de abril, Rennó apresentará uma seleção de trabalhos de diferentes épocas, realizados a partir de imagens de acervos históricos, que colocam em evidência as políticas de amnésia e da ‘ignorância estrutural’, percebidas tanto no Brasil quanto em outros países que têm uma considerável herança colonial.  

A obra de Rosângela Rennó é marcada por apropriação de imagens descartadas, encontradas em mercados de pulgas e feiras, e pela investigação das relações entre memória e esquecimento. Em suas fotografias, objetos, vídeos ou instalações, trabalha com álbuns de família e imagens obtidas em arquivos públicos ou privados. Expôs suas obras individualmente em diversos países e instituições, por exemplo, Pinacoteca de São Paulo, Cristina Guerra Contemporary Art, Photographers’ Gallery, Instituto Moreira Salles, Centro Atlántico de Arte Moderno CAAM,  Museum of Contemporary Art MOCA, Fundação Calouste Gulbenkian, entre outros.

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Jessica Sarah Rinland · Moving a Still Artifact

Os trabalhos de Jessica Sarah Rinland (Argentina/Reino Unido) foram exibidos internacionalmente em diversos festivais: Locarno Film Festival, Viennale, Toronto Film Festival, New York Film Festival, Mar del Plata, BFI London Film Festival, Rotterdam, Oberhausen, Cinema du Reel, National Gallery Singapore, Tabakalera, Union Docs, Taipei Biennial (2020), University of Tennessee Downtown Gallery (2021), Somerset House (2016) e Bloomberg New Contemporaries (2011).

Ganhou diversos prémios como Menção Especial no Locarno Film Festival, Melhor Filme na DocumentaMadrid (Those That, at a Distance, Resemble Another, 2019), Primer Premio na Bienale de Imagen en Movimiento (Black Pond, 2018), Arts + Science Award no Ann Arbor Film Festival (2014), ICA’s Best Experimental Film no LSFF (2013), e M.I.T’s Schnitzer prize for excellence in the arts (2017).  
Realizou residências em instituições como Film Studies Center da Harvard University, Somerset House Studios, Flaherty Seminar Fellow, MacDowell e Ikusmira Berriak.
Atualmente é professora visitante no Wellesley College e no Elías Querejeta Zine Eskola. Já atuou na Kingston University e no Barbican Centre.

É bacharel em Belas Artes pela Central Saint Martins, University of the Arts London e mestre em Artes, Cultura e Tecnologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

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Marinho de Pina · Descolonizar a Descolonização

Descolonizar a Descolonização
Marinho de Pina

"Hoje as pessoas são convidadas ou forçadas a serem completamente despidas de preconceitos, enquanto policiadas por pessoas também preconceituosas mas prontas a atirar a primeira pedra. Há uma problematização do "ego" a par de um apagamento da ideia do "outro", porque o que deve reinar é o "nós", uma aceitação inquestionável de toda a gente, ao mesmo tempo que se fazem balizamentos entre grupos de entendimentos diferentes. Parece que tudo é contraditório. Exige-se cancelamento tanto do presente como do passado, exige-se até o cancelamento da ciência, advogando que a academia aceite também outros conhecimentos, alguns dos quais muitas vezes roçam a místicos. 
 
Que tem tudo isso a ver com a descolonização? Eis a questão. 
 
De teorias vivas e objetivas, tanto a descolonização como a decolonização hoje muitas vezes parecem algumas vezes apenas chavões usados sem muita reflexão, relacionado a um conceito de virtuosismo muito presente na sociedade hodierna: quem não é "descolonizante" só pode ser má pessoa. A questão da descolonização aparece fundamentalmente no campo académico e artístico, com viés ativísticos. Não raramente são europeus (não confundir com brancos) a desenhar formas e padrões para descolonizações que depois são atirados para os países que lidam ainda com a colonização.  
 
Não conhecendo a realidade de outros países tanto quanto conheço a de Portugal e a da Guiné-Bissau, principalmente no campo da colonização, analisando as duas consigo dizer que a ideia da descolonização é bastante estranha em ambos os países. Enquanto Portugal se apega às suas grandes "conquistas" do passado e com um saudosismo terrível, a Guiné-Bissau se apega a Portugal, como se de um andarilho se tratasse, dizendo muitas vezes ter sido abandonada e mal-descolonizada. Na academia portuguesa se discute a descolonização e como levá-la aos povos ex-colonizados de uma forma bastante paternalista, e na academia guineense o que se discute é a forma de trabalhar as academias para ficar à altura das academias europeias, que continuam a ser o padrão, e a necessidade da ajuda do ex-colonizador. Uma das questões discutidas nas academias e círculos artísticos europeus, principalmente, é a “restituição” e “reparação”, na academia guineense não se fala, quanto a “reparação”, sim, estamos tão desesperado e frustrados com os quase cinquenta anos da existência, que muitas pessoas falam abertamente em que seria deixar melhor os tugas continuarem a gerir o país e anseiam por uma colonização formal, uma vez que as ONG europeias já aí estão a fazer a manutenção da pobreza e a permitir que a colonização não perca o espaço. 
 
Não há respostas em tudo o que referi até agora, porque a questão, pelo menos a partir do que vejo na Guiné-Bissau, é bastante mais complicada. Por isso nesta aula, vamos discutir possibilidades, sem paternalismos e tentar considerar factos históricos e presentes que pesam nos discursos descolonizantes ou que deviam pesar nos discursos descolonizantes mas não são considerados. Por exemplo, na Guiné-Bissau, a escola pública e a saúde pública se encontram em crise basicamente desde a independência, mas essas situações geralmente não são tomadas em conta quando se fala da descolonização, quando isso demonstra que desde sempre houve um grupo de pessoas a colonizar o país? Posto isto, até onde vão os limites da descolonização e da colonização? Ou temos que resumir tudo em: “a minha colonização é melhor que a tua” e seguir em frente?
 
Como podemos descolonizar a descolonização, quando os donos do poder são quem controla o discurso?"

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