EPoCH 2026 · Futuro(s) do património / património(s) do futuro: no limiar da mudança

EPoCH 2026 Heritage future(s) / future heritage(s): on the threshold of change
18 - 20 de março

A EPoCH é uma conferência científica anual, organizada pela área-foco de Património e Conservação e restauro do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR) da Universidade Católica Portuguesa, concebida para ser um fórum de discussão de direções futuras na investigação em património e conservação e restauro, acolhendo conversas colaborativas impulsionadas por perspetivas emergentes e pela exploração de um conjunto diversificado de práticas, teorias e abordagens.

A conferência de 2026 tem como tema central: futuro(s) do património / património(s) do futuro: no limiar da mudança. Estas são as ideias chave que se propõem para a EPoCH2026, tendo como base as áreas da Conservação e restauro e do Património.

A edição de 2026 da EPoCH tem como ponto de partida os conceitos relacionados e abertos de futuro(s) do património e património(s) do futuro. Estas noções desafiam-nos a refletir criticamente sobre as paisagens evolutivas da conservação e restauro e dos estudos do património, e a imaginar novas configurações de prática, ética e responsabilidade, no limiar da mudança.

A formulação futuro(s) do património sugere uma visão prospetiva: em que medida é que as práticas patrimoniais do presente moldam, ou condicionam, os futuros possíveis? Este aspeto convida à reflexão sobre os valores, os quadros éticos e os conceitos operativos que sustentam a conservação e o restauro, atualmente. O que estamos a preservar – e para quem? Até que ponto o nosso desejo de salvaguardar o passado corre o risco de inscrever uma visão singular do futuro, excluindo outras temporalidades, epistemologias ou comunidades? À medida que a crise climática, as tecnologias digitais e a alteração das paisagens sociopolíticas aceleram a mudança, como podem as práticas de conservação adaptar-se sem se tornarem cúmplices da própria dinâmica de apagamento a que pretendem resistir?

Por outro lado, a formulação património(s) do futuro desafia-nos a imaginar o que virá a ser considerado digno de preservação. Que materiais, memórias e meios de comunicação herdarão as gerações futuras – e como os reinterpretarão ou reutilizarão? Abre-se aqui um espaço crucial para problematizar o próprio cânone do património, questionando as hierarquias e os silêncios implícitos que historicamente definiram o que é considerado “preservável”. E como pode a conservação e restauro evoluir para acomodar patrimónios ainda em formação, fluidos ou em risco de serem negligenciados? Os patrimónios do futuro podem ver muito acentuadas as suas dimensões imateriais, efémeras, comunitárias ou virtuais - exigindo modos de conservação que ultrapassam os tradicionais modelos de cuidado material.

O subtítulo - no limiar da mudança - sublinha o sentido de urgência, liminaridade e possibilidade que define este momento histórico. Insta-nos a considerar a conservação e restauro não como um ato reativo ou meramente preservativo, mas como uma prática ativa e inovadora profundamente ligada à transformação cultural, política, ecológica e tecnológica. Neste limiar, tanto os profissionais como os académicos são chamados a reimaginar os seus papéis: não apenas como administradores do passado, mas como coautores de narrativas evolutivas do património, sintonizadas com temporalidades plurais e formas de vida emergentes. Ao fazê-lo, encoraja um confronto coletivo com a mudança, não apenas disruptivo, mas como uma condição de possibilidade.

EPoCH2026 acolhe contribuições que abordem estes temas de forma crítica e criativa em diversos contextos, metodologias e disciplinas. Os tópicos propostos incluem, mas não se limitam a:

- Desafiar o património: fronteiras, margens e novas epistemologias.
- Desafiar a conservação e restauro: novos caminhos, ferramentas e conceitos; a deontologia do imaterial.
- O património nas suas múltiplas relações com as alterações climáticas.
- Turismo massificado em sítios patrimoniais e novas abordagens ao turismo, incluindo o turismo de nicho, sustentável, ecológico e criativo.
- Soluções sustentáveis para a preservação do património e práticas artísticas. Novos materiais, tecnologias e métodos analíticos. Soluções inovadoras com base no respeito pela natureza, no conhecimento comunitário e em estratégias participativas.
- Tecnologias para digitalização, modelação e mitigação de impactos. Ciência dos dados e IA - potenciais utilizações para a proteção e criação de património.
 

Datas importantes 

Chamada para resumos: 3 a 30 de novembro
Comunicação aos autores: 16 de dezembro
 

Oradores convidados

Cornelius Holtorf (School of Cultural Sciences, Linnaeus University
Paulo Lourenço (Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho)