A exposição “Silvestre Pestana – Um artista de contraciclo” dá destaque ao artista plástico, poeta e performer, Silvestre Pestana e conta com uma obra intervencionada por uma aluna de mestrado da Escola das Artes.

A partir de obras integradas na Coleção de Serralves, bem como de trabalhos pertencentes à Coleção do artista, a exposição sublinha os cruzamentos entre a poesia e as artes visuais que marcam a sua prática, destacando o uso pioneiro do vídeo, da performance e da instalação no confronto entre sociedade, arte e tecnologia.

A intervenção da obra Radiologias (1979), orientada pela professora Joana Teixeira, esteve a cargo de Francisca Lafuente, aluna de Mestrado em Conservação e Restauro.

A obra é composta por um conjunto de caixas de luz que apresentam poemas construídos sobre radiografias médicas, revelando como a linguagem visual do artista é parte integrante do seu corpo (“O poeta que se vê à transparência”). A intermitência da fonte de luz destas Radiologias parece apontar para a fragilidade do(s) sistema(s) em questão 1110 — físico, social, político, tecnológico — conferindo-lhes uma qualidade elegíaca, como vanitas do contemporâneo.

A aluna desenvolveu a sua dissertação com o objetivo de definir e testar estratégias de conservação que permitam contornar a obsolescência tecnológica e a degradação das radiografias, sendo que, para tal, foi produzida documentação exaustiva e detalhada da obra e concebido um sistema de iluminação LED alternativo ao sistema original.

Até dia 13 de outubro, é possível visitar a exposição na Galeria Solar da Porta dos Figos — Casa do Artista, em Lamego. A mesma integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.

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