
ANA VAZ (1986, BRASÍLIA)
Ana Vaz é uma artista e cineasta cujos filmes, instalações e performances constroem relações entre ambientes, territórios e histórias híbridas, ampliando as fronteiras de nossa percepção. A partir da colagem de materiais encontrados ou filmados, os seus filmes combinam etnografia e especulação em explorar as fricções e ficções impressas em ambos os ambientes cultivados e selvagens e os seus múltiplos habitantes. Os seus filmes foram exibidos internacionalmente em festivais de cinema e instituições como a Berlinale, a Tate Modern, o Palais de Tokyo, o New York Film Festival, o TIFF Wavelengths, o Rotterdam Film Festival, o BFI, o CPH:DOX, o Cinéma du Réel, o TABAKALERA, o Courtisane, o Videobrasi, entre outros. Focos específicos no seu trabalho foram desenvolvidos em seminários e instituições como o Flaherty Seminar (EUA), Doc's Kingdom (Portugal), Lux Salon (Reino Unido), Short Circuit Film Festival (Espanha) e Massart Film Society (EUA). O seu trabalho também foi apresentado em exposições individuais e coletivas, como a Moscow Biennial of Young Art (Rússia), Dhaka Art Summit (Bangladesh), Khiasma (França), Rosa Brux (Bélgica) and Temporary Gallery (Alemanha). É também membro fundadora do coletivo COYOTE, juntamente com Tristan Bera, Nuno da Luz, Elida Hoëg e Clémence Seurat, um grupo interdisciplinar que trabalha nos campos da ecologia, etnologia e ciência política através de uma série de plataformas transversais.

JOÃO SALAVIZA + RENÉE NADER MESSORA
João Salaviza estudou cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa e concluiu os seus estudos na Universidad del Cine em Buenos Aires. É autor de filmes como Duas Pessoas (2005), Arena (2009), Hotel Müller (2010), Cerro Negro (2012), Rafa (2012), Montanha (2015), Altas Cidades de Ossadas (2017), Russa (2018) e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018). Exibidos um pouco por todo o mundo, os seus filmes já valeram ao realizador a atribuição de importantes prémios internacionais, como a Palma de Ouro de Cannes (2009) e o Urso de Berlim na Berlinale (2012) para melhores curtas-metragens. Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos é co-realizado com Renée Nader Messora, sendo a sua segunda longa-metragem.
Renée Nader Messora nasceu em São Paulo em 1979. Ela é licenciada em Cinematografia pela Universidad del Cine – Buenos Aires. Durante quinze anos trabalhou como assistente de realização no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009 Renée Nader Messora conheceu o povo indígena Krahô. Desde então, tem trabalhado com a comunidade, participando na mobilização de um coletivo local de realizadores Krahô. O seu trabalho foca-se no uso do cinema como ferramenta de auto-determinação e o reforço da identidade cultural. Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos é a sua estreia como realizadora.

KAÊ GUAJAJARA
Kaê Guajajara é indígena do povo Guajajara, cantora (Hapohu, 2019 e Uzaw, 2020), compositora, atriz, fundadora do Coletivo Azuruhu e autora do livro "Descomplicando com Kaê Guajajara – O que você precisa saber sobre os povos originários e como ajudar na luta antirracista".

KLEBER MENDONÇA FILHO
Kleber Mendonça Filho é um diretor (realizador), produtor, roteirista e crítico de cinema brasileiro. As curtas-metragens foram sua porta de entrada para o mundo cinematográfico e, com eles, Kleber conseguiu iniciar a sua coleção de prémios na carreira. Vinil verde (2004), Eletrodoméstica (2005) e Recife frio (2009) são algumas das suas primeiras produções. O documentário Crítico (2008) foi a primeira longa-metragem de Kleber, mas foi somente em 2012, com o premiado filme O Som ao Redor, que o cineasta começou a ganhar notoriedade em dimensão internacional. Outros longas que compõe a filmografia do cineasta são Bacurau (2019) e Aquarius (2016), tendo este último recebido o prêmio de melhor filme do World Cinema Amsterdam, festival de cinema da Holanda.

LILIA MORITZ SCHWARCZ
Antropóloga e historiadora, Lilia Moritz Schwarcz é professora de Antropologia na Universidade de São Paulo e Professora Convidada em Princeton. Os seus interesses principais são História da Escravatura, Teorias Raciais, História do Império Brasileiro, Arte Académica, História da Antropologia. É autora de obras como "Retrato em Branco e Negro", "Espetáculo das Raças" e "As Barbas do Imperador", sendo coautora de "O Sonho da Salvação" e "Negras Imagens: Ensaios sobre Cultura e Escravidão no Brasil", entre outras obras.
Devido à sua formação académica, os temas sobre os quais escreve incidem sobre sociedade e cultura, sendo sempre tratados sob uma perspetiva histórica.
Foi curadora de uma série de exposições — "A longa viagem da biblioteca dos reis" (Biblioteca Nacional, 2002), "Nicolas-Antoine Taunay e seus trópicos tristes" (Museu de Belas Artes Rio de Janeiro, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008), "Histórias mestiças" (2015), "Traições: Nelson Leirner leitor de si e leitor dos outros" (Galeria Vermelho, São Paulo, 2015), "Histórias da infância" (Masp, 2016), "Histórias da sexualidade" (Masp, 2017). Desde 2015 atua como curadora adjunta para histórias e narrativas no Masp e é colunista do jornal Nexo.

SUSANA DE SOUSA DIAS
A obra cinematográfica de Susana de Sousa Dias tem sido exibida internacionalmente em festivais de cinema, exposições de arte e eventos como a Berlinale, Documenta 14 (programa de cinema Keimena), PhotoEspaña, Sarajevo IFF, Torino FF, Visions du Réel, Pacific Film Archive, Harvard Film Archive, Museu de Arte Contemporânea do Ceará, CAM Gulbenkian, MNAC-Chiado, Centre Pompidou, ICA London, La Colonie (Paris), etc. Recebeu diversos prémios, entre eles o Grand Prix Cinéma du Réel e o prémio FIPRESCI (DokLeipzig), pelo seu filme 48. Foi artista convidada no Robert Flaherty Film Seminar, em Nova Iorque. Foi co-diretora do Festival Internacional de Cinema DocLisboa em 2012 e 2013, criando novas secções como Cinema de Urgência e Passagens (documentário e arte contemporânea). É doutorada em Belas Artes / Vídeo e professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Fordlandia Malaise (2019) é o seu trabalho mais recente.