Exibição de curtas-metragens do Curso de Formação Avançada em Realização de Cinema e Televisão

Sexta-feira, August 8, 2025 - 16:14


Nos dias 6 e 7 de setembro, o Estúdio do Centro de Arte Moderna Gulbenkian apresenta uma seleção de oito curtas-metragens desenvolvidas no âmbito do curso de formação avançada em Realização de Cinema e Televisão, promovido em 2022 pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa em parceria com a Fundação Gulbenkian.

O curso teve lugar no Porto, nas instalações da Escola das Artes, e foi dirigido a profissionais e realizadores em início de carreira. Estruturado como um programa intensivo de criação artística, proporcionou aos participantes um contacto direto com alguns dos nomes mais relevantes do cinema contemporâneo — entre os quais Céline Sciamma, Lucrecia Martel, Atom Egoyan, João Rui Guerra da Mata e Mariana Gaivão — bem como com técnicos e profissionais com vasta experiência nas áreas do cinema e da televisão, como Pedro Lopes, Nuno Artur Silva, Luís Urbano, Rui Poças, Graça Castanheira e Teresa Paixão. A direção artística do curso esteve a cargo de Marco Martins e João Canijo.

Os filmes resultantes deste processo de formação têm vindo a ser exibidos em festivais de cinema nacionais e internacionais, e serão agora apresentados ao público lisboeta, numa mostra que sublinha a relevância do trabalho desenvolvido na Escola das Artes no campo da formação e da criação cinematográfica.

 

Sessões
06 de setembro (sábado), 16:00
07 de setembro (domingo), 16:00
Local: Estúdio, Centro de Arte Moderna Gulbenkian

Entrada gratuita
Mediante levantamento no dia, a partir de 2 horas antes do evento. Máximo 2 bilhetes por pessoa. Sem levantamento online para Cartão Gulbenkian.

 

 

Sinopses das curtas-metragens

Maria Henriqueta Esteve Aqui, de Nuno Pimentel
Portugal, 2023, Doc., 13:40, M/12

1872. O Imperador do Brasil, D. Pedro II, viaja até à cidade do Porto e fica hospedado no Grand Hôtel du Louvre, propriedade de Maria Henriqueta de Mello Lemos e Alvelos.
No presente, a tentativa de fazer um filme sobre este episódio transforma-se numa invocação. Maria Henriqueta está connosco. Memórias, sons e sensações tomam conta do ecrã e ajudam a construir uma geografia emocional da nossa invisível protagonista. Esta é uma fantasmagoria dos sentidos. Uma boa assombração.

 

Felicidade numa Panela, de Clara Jost
Portugal, 2023, Doc., 19:14, M/12
Enquanto cozinha, Yaxuan repara que a sua panela produz um som peculiar. Esse som dará origem uma deambulação em torno do ritual da alimentação, que aparece como ponte entre o passado e o presente.

 

Cleópatra & António, de Diego Bragà
Portugal, 2023, Ficção, 20:38, M/18

Guerra. Cleópatra e António fecham-se no mausoléu enquanto o Brasil é recolonizado. A palavra colonização ganha vida e a natureza reage à destruição da Terra a partir do desejo de imortalidade. Na iminência da sua morte, António pede uma lullaby. Numa dança de acasalamento fúnebre duas personagens históricas e tirânicas sonham, em plena guerra, uma política não-binária do Amor. Nesta reescrita de-colonial e queer da trágica peça de Shakespeare, o Egito é o Brasil e Roma é Portugal.

 

Crua+Porosa, de Ágata de Pinho
Portugal, 2025, Ficção, 20:00, M/16

Evocando o humano, o orgânico e o extraordinário, Crua+Porosa é uma história de amor obsessivo e uma entropia de entorno surreal entre duas pessoas que se entregam ao desejo absoluto.

 

The Illusion Of An Everlasting Kiss, de Marta Sousa Ribeiro
Portugal, 2023, Ficção, 15:56, M/12

Um dia de novembro no Porto, numa praça onde skaters saltam um lanço de escadas. Três personagens partilham entre si um momento que visualmente se bifurca em três planos subjetivos e que, sem diálogos, se propõem a caracterizá-las emocionalmente. Diante da impossibilidade em aceder à subjetividade do outro, é posta em causa a ideia de amor partilhado.

 

Chuvas de Verão, de Mário Veloso
Portugal, 2023, Ficção, 15:00, M/12

Interrompendo o silêncio pontuado pelas chuvas de fim de verão, um grupo de rapazes perturba a memória matriarcal de um quarto antigo. Perante a iminência do perigo, os rapazes mais velhos disputam a liderança. Quando a tarde avança, com a intensidade das chuvas e o aumento do calor dentro do sótão, partem para a violência. Na fragilidade de um corpo ferido, Chico, o mais novo e mais desajustado, encontra um prenúncio trágico de desejo.

 

Gardunha, de Ana Vilela Costa
Portugal, 2023, Ficção, 17:42, M/12

M., uma artista de música eletrónica, está em fuga. Procura refúgio numa zona rural após um evento traumático que nunca chegamos a conhecer. O contraste entre M. e o ambiente que a circunda é evidente. M. é uma pessoa profundamente urbana num ambiente profundamente rural.

O filme mostra-nos cerca de 48 horas na vida de M. À medida que se vai embrenhando naquela realidade, vê-se confrontada com uma realidade inesperada, fenómenos que a sua mente racional não consegue compreender, encontros imediatos, sons sorumbáticos e inexplicáveis.
A fuga inicial dá origem a uma viagem transcendental onde a sua visão do mundo é posta em causa, culminando num encontro com outros mundos.

 

Pedra Seca, de Luísa Mello
Portugal, 2023, Ficção, 24:43, M/12

Uma mulher de 60 anos, hipersensível a ondas eletromagnéticas, vive isolada no campo. A sua vida transforma-se quando uma rapariga de 30 anos, de natureza nómada, resolve ocupar a única casa próxima da sua. Uma relação de proximidade é construída ao passo que um muro de pedras é erguido entre as casas. Pedra Seca é um filme com poucas palavras sobre as relações humanas, sobre as diversas fronteiras que erguemos entre nós e os outros. Na confrontação com a solidão, com a estranheza do outro, surge a possibilidade do encontro.