O documentário experimental da alumna Ainá Xisto foi selecionado para dois prestigiados festivais internacionais de cinema: Ann Arbor Film Festival (Estados Unidos) e Cinéma du Réel (França). Será a estreia mundial deste projeto, feito no contexto do Mestrado em Cinema.
Cantos da Metamorfose ou Aquela vez em que eu encarnei como Boto terá a sua estreia mundial na 62ª edição do Ann Arbor Film Festival, o mais antigo festival de cinema experimental na América do Norte. O filme será exibido no programa Films in Competition, dedicado ao cinema experimental e a filmes que manifestem especial atenção para a imagem em movimento como forma de arte experimental.
Na 46ª edição do festival internacional de cinema documental Cinéma du Réel, a curta-metragem de Ainá Xisto integra o programa Première Fenêtre, com a direção artística de Clémence Arrivé, e é o único filme português num total de 12 filmes de realizadores emergentes.
O filme de Ainá Xisto, rodado em película de 16mm, retrata uma comunidade indígena na Amazónia, através de paisagens e personagens oníricos, pensando a ancestralidade dos povos nativos através de um prisma descolonizador. A realizadora, numa declaração para os Lisbon Screenings do IndieLisboa 2023, afirmou que utiliza o seu cinema para “praticar; para ensaiar, como um movimento rendido de deambulação”, ultrapassando qualquer limite imposto pelos binómios “humano, não-humano, ficção, documentário”, e que, ao invés disso, permite o êxodo de “estruturas de poder, de extração, de ideais de progresso, de sucesso.”
O projeto foi orientado por Diogo Costa Amarante e por Ana Vaz, e realizado no contexto do Mestrado em Cinema da Escola das Artes.
Mais informação nas páginas dos festivais:
Cantos Da Metamorfose ou Aquela Vez Em Que Eu Encarnei Como Boto
Documentário experimental, 11 minutos.
Sinopse
A vida é metamorfose, saltando de ser em ser como uma nova forma de dizer eu. Em 16mm, Ainá Xisto imprime um registo abissal guiado por uma relação mais-que-humana através de paisagens oníricas, uma realidade mágica habitada por personagens reais, abrindo-se para o diálogo.
