O Estrangeiro
Programa de Concertos, Conferências, Exposições e Performances 2025
Dashed Concert: Arianna Casellas y Kauê
27 mar às 18:30
Auditório Ilídio Pinho – Blackbox
Arianna Casellas y Kauê, de nacionalidade venezuelana e brasileira, começaram como dupla musical e, com o tempo, acabaram por se apaixonar. Enquanto emigrantes em Portugal, partilham a mesma experiência enquanto indivíduos—uma vivência que exploram nas suas músicas através de temas como a partilha e o sentimento de pertença.
Através de sons, onomatopeias e palavras, procuram traduzir emoções e memórias—expressões que emergem do corpo como uma necessidade urgente.
A distância geográfica pode criar barreiras, mas estas são quebradas quando instrumentos de diferentes partes do mundo se cruzam. Mesmo com línguas e sonoridades distintas, a essência da mensagem e do sentimento que transmitem ao ouvinte é a mesma. Isso demonstra como tradições musicais separadas pela geografia podem convergir na criação de géneros semelhantes, ligados pela emoção e pela identidade. Esta fusão não acontece apenas nos instrumentos, mas também nos elementos sonoros presentes nos álbuns.
As raízes culturais dos artistas refletem-se na escolha dos instrumentos: o cuatro e as quitiplás da tradição venezuelana, o bombo leguero típico dos pampas argentinos e as maracas, um símbolo comum na música afro-latino-americana.
Suenan las campanas desafia as fake memories—os mitos transmitidos de geração em geração sobre identidade e pertença. “É sobre como existimos no mundo e no coração de cada pessoa. Posso falar por mim”, explica Arianna, “mas sei que o que sinto se aplica a muitos outros.”
Da América Latina a Portugal, Arianna Casellas y Kauê carregam consigo uma rica herança de histórias e canções que evocam tempos passados. Ouvi-los é desvendar um conjunto de memórias pessoais — a infância em Caracas, os ecos do Rio Grande do Sul, as juventudes no Porto e as paisagens de Trás-os-Montes —, mas também entrar num universo muito particular do que deve ser a música.
Além de tocarem juntos sob os seus próprios nomes, apresentam-se também paralelamente com outro projeto musical, Montes, e fazem parte integrante de bandas como os Sereias.
O Estrangeiro
O programa anual de concertos, conferências, exposições e performances 2025, organizado pela Escola das Artes e pelo CITAR, procura discutir a questão do Estrangeiro, com curadoria de Djaimilia Pereira de Almeida, Daniel Ribas, José Alberto Gomes e Nuno Crespo.