Foi publicado, no corrente número de Maio de 2014 da edição portuguesa da prestigiada revista National Geographic, um artigo sobre o Abrigo Rupestre da Pala Pinta, recentemente classificado como Sítio de Interesse Público, que foi estudado ao pormenor por uma equipa multidisciplinar que se debruçou exaustivamente sobre estas pinturas pré-históricas, localizadas no concelho de Alijó (Trás-os-montes e Alto Douro). As mesmas foram alvo de um processo de análise via fotografia multiespectral da autoria de Luís Bravo Pereira, professor de fotografia da Escola das Artes desde 2003, de que resultaram parte das imagens publicadas no artigo, nomeadamente por permitirem visualizar zonas das figuras pintadas, em estado de conservação bastante delido. Citando uma frase da entrevista, de Luís Bravo Pereira, sobre o contributo destas técnicas inovadoras "No fundo, prolongamos os sentidos humanos para que, com base numa acuidade visual melhorada, se possa chegar mais perto dos contornos iniciais dos motivos, mitigando o efeito de milénios de erosão natural"
O estudo realizado serviu também de suporte a duas teses de mestrado, uma em Arqueologia (Faculdade de Letras da UP) e outra em Astronomia (Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC), realizados por outros dois colaboradores do projecto.
Este trabalho multidisciplinar permitiu “revelar detalhes inéditos e novas possibilidades de interpretação” nomeadamente no que concerne ao simbolismo e caráter celeste consensual atribuídos até agora a este Abrigo Rupestre. Se estivermos diante da invocação real do avistamento de um cometa, este recôndito abrigo de Alijó precederá em vários séculos os textos babilónicos até hoje reconhecidos como o mais antigo registo humano de um destes fascinantes eventos astronómicos. Não deixe de ler este artigo científico que se assume, simultaneamente, como uma visão revolucionária acerca deste arqueossítio!
