Durante o mês de outubro, os 6 artistas emergentes, nomeados pelos professores de fotografia das faculdades parceiras da Bienal Fotografia do Porto, vão apresentar os seus portefólios no âmbito do Project Rooms.
A Escola das Artes estará representada por Luisa Fernandes, estudante de Mestrado em Fotografia, uma das 6 artistas selecionadas das 6 escolas de arte parceiras (EA - UCP, ESMAD, ESAP, FBAUL, FAUP e FBAUP) para participar neste projeto. A sua apresentação será no próximo dia 31 de outubro, entre as 16h30 e as 18h45, na Ci.CLO (Rua Santo Ildefonso, 354, R/C).
Estas apresentações são o culminar da segunda edição dos Project Rooms, um projecto da Bienal’24 Fotografia do Porto que apoia a criação de portefólios e promove encontros e oportunidades de networking entre artistas emergentes e profissionais das artes.
Na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, Carlos Lobo, Nuno Crespo e Sónia Neves foram os professores que nomearam a estudante.
A entrada no evento é livre.
LUÍSA FERNANDES
Luísa Fernandes é uma artista portuguesa, nascida na cidade do Porto em 1996.
Tirou o Curso de Fotografia no Instituto Português de Fotografia do Porto, e um
Mestrado em Fotografia na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. A
sua primeira exposição a solo decorreu na Livraria Aberta, no Porto, em maio de
2024.
“Quando olho nos olhos da Luísa há muita irreverência que transparece logo num
primeiro instante, uma frontalidade que a voz dela não segura. O franzido da
sobrancelha que acompanha o seu discurso verbal é comparável ao seu sorriso por
detrás do corpo da câmara. Quando observade pelas lentes da Luísa, a sensação
que tenho é que não poderia estar tão despide de qualquer construção social.
Olhar-me através das suas fotografias é a forma mais crua que alguma vez poderia
imaginar - não é fácil olhar-me, mas ela vê-me e representa-me tal qual sou, tal qual
sinto no exato momento do clique.” (C.Costa)
Projeto
O projeto Para Além da Forma foi realizado com a intenção de fornecer uma
plataforma para a expressão livre de pessoas queer, criando uma afronta aos
estereótipos que englobam a comunidade LGBT+ como um. Decidiu-se que cada
pessoa fotografada teria liberdade de escolher como posar e que acessórios utilizar,
para a criação de uma representação fiel. Existiu intervenção da minha parte na
escolha do cenário e na ausência das roupas, tanto para criar um sentimento de
uniformidade nas imagens, como para dessexualizar o corpo nu queer. A escolha do
enquadramento dos corpos inspira-se historicamente (desde o Renascimento à
Contemporaneidade) na representação académica da figura humana.
Frequentemente, os panejamentos eram utilizados para cobrir as figuras, enquanto
que eu os utilizo para despir os corpos e produzir um efeito de fundo drapeado.
Rafael e Caravaggio inspiraram a monocromia e drapeados do fundo, as poses
santificadas e os adornos. Estas referências históricas representam uma criação de
um cenário em que se inserem corpos não-normativos num ambiente normativo.
