No dia 6 de dezembro, terça-feira, terá lugar a defesa da dissertação, “A musealização da ruína: entre a retórica e os limites da prática museológica contemporânea na conservação de obras efémeras”, da aluna Maria Brito de Almeida do Mestrado em Conservação e Restauro de Bens Culturais.

A dissertação investiga o conflito inerente à conservação de obras de arte de natureza efémera ou perecível que integram coleções de arte contemporânea pertencentes a instituições museológicas. Em consequência, foram exploradas a gradual transformação das competências e premissas do Museu ao longo da sua história, compreendendo que a natureza experimental e processual das práticas artísticas desenvolvidas a partir dos anos 60, do século XX, entra em conflito com a expectativa de uma arte eterna e com a tendência historicista da narrativa museológica quando a interrupção da evolução material das obras surge em contradição com intenção do artista, comprometendo a sua integridade conceptual e, consequentemente, a sua autenticidade. Através da análise das obras Über Meer (Over the Sea) e P.O.T.A.A.VFB. (Portrait of the artist as Vogelfutterbüste) de Dieter Roth, pertencentes à coleção do Museu de Serralves, infere-se a musealização como um processo ativo de legitimação das obras artísticas e afasta-se a ideia de neutralidade desinteressada, tradicionalmente associada ao Museu e às suas estratégias expositivas e conservativas. Analisa-se o impacto da tomada de decisão conservativa e expositiva, pela instituição museológica, na apreensão de obras de natureza efémera pelo público.

A prova terá lugar às 10:00 horas na sala EAA003 e contará com a arguição da Doutora Lúcia Almeida Matos.